Segundo balanço de 2021, registrado na mais recente pesquisa sobre o setor com dados do último trimestre e o consolidado do ano, houve aumento das operações e das empresas, e redução da vacância
Por Márcio Norberto
A mais recente pesquisa sobre o setor de self storage, que traz os dados do quarto trimestre de 2021 e os resultados do ano, mostra que 2021 terminou com 432 operações, 202 empresas em atuação e uma oferta de box no patamar de 147 mil. Os números foram registrados em 89 cidades brasileiras. A pesquisa foi realizada pela Brain Inteligência Estratégica para a Associação Brasileira de Self Storage (ASBRASS) e o objetivo é acompanhar o desenvolvimento do setor no Brasil. Os dados e análises possibilitam uma leitura detalhada sobre o mercado, contribuindo com o planejamento estratégico e a tomada de decisão por parte da Associação e dos operadores.
O número de 432 operações, registrado no quarto trimestre de 2021, é 32,9% maior na comparação com igual período de 2020, quando existiam 325 operações. Os dados trimestrais registrados no ano passado sobre o indicador “operações” mostraram-se em crescimento a cada pesquisa.

Em relação ao número de empresas em atuação, a pesquisa mostra também um aumento na ordem de 19,5% no fechamento do quarto trimestre de 2021 em relação ao registro feito no mesmo período do ano anterior. No quarto trimestre de 2020 eram 169 empresas operando.

O indicador número de boxes ofertados cresceu significativamente no quarto trimestre do ano passado, chegando a uma oferta de 147.770, o que representa crescimento 81,1% na comparação com o mesmo período do ano de 2020. Na escala trimestral de 2021, a oferta se manteve em ascensão.

Houve crescimento na oferta de box, no número de empresas e operações, e redução da vacância média nacional. De acordo com a pesquisa, este último indicador veio caindo durante o ano de 2021 e encerrou o quarto trimestre no patamar de 19,1%. Os anos de 2020 e 2021 foram atravessados pela pandemia, mas o setor se manteve em crescimento, segundo Marcos Kahtalian, sócio-fundador da Brain e responsável pela gestão técnica da pesquisa.

Dados a partir de São Paulo
Desde que começou a ser realizada as pesquisas mostram a expansão do mercado nacional de self storage em todas as regiões brasileiras, com uma maior presença na região sudeste e, sobretudo, na cidade de São Paulo. Como tudo na capital paulista é superlativo, não poderia ser diferente com o segmento de self storage. O maior mercado se explica pelo tamanho da economia local, concentração de empresas e um diversificado público, características, entre outras, que correspondem à proposta de operação de um self storage: dinamismo, versatilidade e zero burocracia.
De acordo com a pesquisa, que traz o número de operações na cidade de São Paulo desde 2015, o quadro atual é de 135 operações em atividade. Em relação ao número de box, são mais de 60 mil. A vacância média na cidade, essa fica no patamar de 16,7%. A pesquisa indica que a maior concentração das operações fica em bairros próximos à região central da cidade como no Tatuapé, no Brás, na Mooca e na Liberdade, entre outros.
O público de self storage
Os números na capital paulista indicam para uma demanda regular de público que se utiliza de self storage e se apresenta com perfil diversificado, desde profissionais autônomos, pequenos e médios empresários até famílias que passaram a utilizar o autosserviço especialmente nos dois últimos anos, comportamento conhecido especialmente pela questão da pandemia.
De acordo com Kahtalian, existe um grupo de cliente formado por pequenas e médias empresas que fazem uso do sistema como espaço de guardar, de estoque, e outro composto por pessoas físicas que, por alguma necessidade, passaram a utilizar o autosserviço.
“No primeiro caso, são empresários varejistas que têm seus negócios na região onde existe operação de self storage, e empresários que têm atuação no ambiente digital, o chamado e-commerce, e precisam de espaço para guardar e despachar o produto”. Na outra ponta, explica Kahtalian, “as famílias estão precisando de espaço para guardar bens em razão de reformas, mudanças ou conservação de objetos que não conseguem manter em casa, por isso buscam o self storage”. No caso das famílias, outro indicador que ajuda a desenhar o perfil é o aspecto renda, conforme diz Kahtalian. “As famílias que se utilizam do self storage compõem faixas de renda que variam entre média e média-alta”, completa o sócio da Brain.