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Desafios e oportunidades na economia brasileira em 2023

Segundo especialistas, o mercado imobiliário contribuiu significativamente com a engrenagem da economia no decorrer do ano. O setor de self storage seguiu também crescendo.

Por Márcio Norberto

O Brasil enfrentou um cenário econômico com desafios e oportunidades ao longo deste ano. Há duas semanas do encerramento de 2023 já é possível fazer um balanço dos principais destaques. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB), que significa a soma da produção de bens e de serviços produzidos pelo país, divulgada na segunda-feira (11) pelo Boletim Focus do Banco Central deverá ficar em 2,92%. Este dado sinaliza para a recuperação de alguns setores da atividade econômica. Segundo o mesmo Boletim, a taxa básica de juros (Selic) deverá encerrar 2023 no patamar de 11,75%.

As reformas estruturais – tributária e administrativa –, a tributária em tramitação no Congresso Nacional, são também pontos importantes da agenda econômica do executivo nacional para impulsionar o crescimento do país numa perspectiva de longo prazo. Neste cenário macroeconômico, o mercado imobiliário tem contribuição significativa na engrenagem e, consequentemente, o setor de self storage segue junto nesta toada, considerando que integra o rol de atividades imobiliárias.

Mercado imobiliário

Durante o painel realizado no evento Brasil Expo Self Storage, no final de novembro, em São Paulo, sobre o panorama da economia brasileira em 2023, o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, destacou que a construção civil “representa uma força motriz para o PIB do país”, contribuindo com 243 mil postos de trabalho dos 1,6 milhão de empregos formais gerados na economia até setembro deste ano.

Crédito: Calão Jorge/Secovi-SP

Em sua exposição, o economista anunciou ainda, em primeira mão, que o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CCFGTS) aprovaria na tarde do dia 28 de novembro o maior orçamento para habitação popular do país, chegando a R$105 bilhões. A notícia se confirmou e é positiva, pois possibilitará mais acesso de pessoas à habitação, a construção de novas unidades de moradia e geração de empregos.

Em relação aos números de 2023 do mercado imobiliário residencial nacional, no acumulado de 12 meses, segundo dados apresentados por Petrucci, há um equilíbrio entre unidades novas lançadas e vendidas de aproximadamente 300 mil, resultando num estoque final que se esgotaria num período de aproximadamente 10 meses. Segundo análise do economista, o crescimento do mercado em 2024 deverá ser parecido com este ano. “Eu acredito na consistência tanto do mercado imobiliário quanto o de self storage no ano que vem”, disse.

Mercado de self storage

No que se refere ao mercado de self storage é possível também fazer algumas análises do ano que termina e realizar projeções para 2024. De acordo com a pesquisa trimestral sobre o setor, o ano de 2023 fecha de maneira positiva, com crescimento sustentável da atividade. A pequisa da Brain Inteligência Estratégica, que representa uma amostra de 103 cidades brasileiras de todas as regiões, mostra que a atividade no terceiro trimestre deste ano superou os números de igual período do ano passado. Houve crescimento na oferta de box, mais empresas e operações no mercado e menor vacância.

Na avaliação de Marcos Kahtalian, fundador e diretor técnico da Brain, o crescimento do setor vem sendo consecutivo nos últimos três anos e por ser um segmento ainda jovem tem espaço para continuar a escalada. Segundo Kahtalian, na comparação 3ºtri de 2023 x 3ºtri de 2022 o setor cresceu 7,5% em número de operações e de 14,5% em relação ao número de boxes, além disso houve redução na taxa de vacância. “Nossa perspectiva para 2023 é terminar como o melhor ano do setor”, sinalizou.

Crédito: Calão Jorge/Secovi-SP

Para o próximo ano, as expectativas de crescimento continuam favoráveis ao setor, segundo análise do diretor da Brain. Ele explica que em 2024 inicia o ciclo de entrega de  imóveis lançados em 2020 e 2021 e este processo favorecerá a atividade de self storage. “Esta entrega imobiliária implica mudança e movimentação e com isso geralmente a armazenagem temporária é acionada como apoio”, avaliou Kahtalian.  

Portanto, com base nos dados da pesquisa e análise do especialista, o ano que vem terá um traçado com expectativas positivas para o setor, que deverá acompanhar o crescimento de outros segmentos do mercado imobiliário, como residencial, e dessa forma continuará a escalada de crescimento.