Por Márcio Norberto
Evoluções que fariam parte de um processo natural das empresas foram antecipadas devido à pandemia; no ramo de self storage não foi diferente
Já se passaram mais de dois anos desde que a pandemia de Covid-19 se tornou conhecida mundialmente. Organismos internacionais de prevenção e combate à doença, além de autoridades da área de saúde dos países ainda não disseram que a crise sanitária chegou totalmente ao fim mas, com o avanço da imunização, os setores produtivos retomaram totalmente a força de trabalho.
Durante os períodos mais críticos, que perduraram por meses, em geral as atividades produtivas tiveram de passar por várias adaptações, alguns setores acabaram não resistindo e outros foram impulsionados para o crescimento mesmo diante de um contexto difícil na área da saúde. Setores pouco conhecidos de repente passaram a ser requisitados. A procura aumentou.
E o self storage é um desses segmentos que, durante a pandemia, foi descoberto por muitas pessoas, por micro e pequenos empresários que nunca tinham ouvido falar que era possível ter um lugar para guardar diferentes tipos de objetos. Desde então, o mercado apresenta crescimento contínuo, de acordo com pesquisas, e o horizonte para continuidade do desenvolvimento permanece positivo.
Maior demanda, sobretudo de um setor ainda pouco conhecido no Brasil, significa mudanças comportamentais trazidas pela pandemia e que permanecem. “Houve um aumento significativo pela busca de armazenamento”, disse a gerente operacional da Moby Self Storage, Vanessa Kawazuro, e a empresa está no mercado mais concorrido do país, em São Paulo, e somente há seis anos.
Até para se tornar um setor resiliente, em tão pouco tempo, como também analisam empresários e especialistas, o self storage certamente precisou passar por adaptações para resistir ao solavanco da pandemia. Desde mudanças mais simples como instalar dispenser com álcool gel a ajustes mais rigorosos como alterações laborais na jornada de trabalho para manter os empregos e a saúde dos colaboradores, os empresários e gestores do setor precisaram realizar.
“Aqui na Moby reduzimos o horário de funcionamento e alternamos os dias de trabalho dos colaboradores para preservá-los, e sem deixar de atender aos clientes”, contou a gestora. Provavelmente esta tenha sido uma das mudanças mais radicais que as empresas de todos os setores tiveram de enfrentar nos períodos mais críticos.
As adaptações alcançaram também alguns procedimentos administrativos nos self storages. Para um setor que prioriza não ter burocracias, assinar digitalmente um contrato de locação é um procedimento que foi impulsionado devido ao momento pandêmico. Foram mudanças para aperfeiçoar os processos de gestão, que chegariam mais tarde, mas que foram antecipadas. A assinatura digital de contratos é um exemplo e chegou para ficar.
“Anteriormente à pandemia priorizávamos a presença física do cliente na assinatura do contrato, então a assinatura digital era pouco utilizada. A principal mudança realizada foi a adoção da assinatura digital no contrato de locação de boxes”, comentou Vanessa.
A pandemia mexeu com tudo e com todos, ninguém atravessou os últimos dois anos e pouco sem ter alterado algo na vida pessoal e no cotidiano das empresas. Para o ramo de self storage talvez o principal legado deixado pela pandemia foi a descoberta de uma demanda real por espaço, esta foi também a percepção da gestora da Moby Storage. “A falta de espaço é uma demanda real no Brasil, assim como a necessidade de soluções rápidas e sem burocracia para gerir crises e suprir demandas emergenciais”, refletiu Kawazuro.
O self storage, como vem demonstrando, foi e é capaz de suprir as demandas trazidas por uma crise sanitária de envergadura mundial e que pegou todo mundo de surpresa, mas que impulsionou o setor tornando-o necessário no país para atender a diferentes necessidades do cotidiano das famílias e das empresas.