Segundo recente pesquisa sobre o setor, a variação é positiva na comparação com os números de igual período do ano passado; houve aumento de operações, de empresas e de oferta de box, com redução da vacância
Por Márcio Norberto
O primeiro trimestre de 2022 fechou com resultados positivos para o setor de self storage no Brasil, é o que mostra a pesquisa de mercado realizada trimestralmente pela Brain Inteligência Estratégica para a Associação Brasileira de Self Storage (ASBRASS) com objetivo de acompanhar o desenvolvimento do setor. A pesquisa contemplou 89 cidades de todas as regiões do Brasil. Os dados mais atualizados sobre o segmento mostram continuidade no crescimento da atividade em relação ao fechamento do ano de 2021.
Segundo a pesquisa trimestral, atualmente são 457 operações em funcionamento, 214 empresas atuantes no mercado e mais de 147 mil boxes. A vacância média no Brasil ficou em 17,5%. As 457 operações em atividade no mercado representam um crescimento de quase 27% em relação ao primeiro trimestre de 2021 e um aumento de 6% na comparação com o quarto trimestre do ano passado.
De acordo com a pesquisa, o número de empresas em atividade também é superior nesta comparação 1ºTri/2022 x 1ºTri/2021; o avanço chega a 12%. Se a comparação é feita com os números registrados no quarto trimestre de 2021, os dados dos três primeiros meses de 2022 são também superiores, ficando na casa de 6%.
O indicador número de boxes ofertados cresceu significativamente no primeiro trimestre deste ano, e representa um avanço de quase 36% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A tendência de crescimento da atividade manteve-se neste primeiro trimestre de 2022, quando houve aumento do número de operações, de empresas e de oferta de box. Para se somar a este cenário positivo, a pesquisa indicou que houve redução da vacância média nacional, que ficou em 17,5%. Este número é o menor desde o primeiro trimestre de 2021, que registrou 21,2%, segundo a pesquisa.
De acordo com Marcos Kahtalian, sócio-fundador da Brain, a variação positiva que se viu no primeiro trimestre deste ano em comparação com igual período do ano passado mostra que a atividade tem espaço para se desenvolver e que o topo máximo não foi atingido. Há uma tendência, portanto, de continuidade na escalada de crescimento do setor. “O mercado está longe de atingir o seu patamar máximo, tem muito espaço de crescimento, isso porque o segmento está se desenvolvendo e as pessoas em geral ainda não conhecem as operações em si, seus usos e funcionalidades, conforme apontado em outra pesquisa feita com a população”, disse Kahtalian que acrescentou outro ponto em sua análise sobre o espaço para continuidade do crescimento da atividade. “O aumento de oferta e a redução da vacância mostram que não há uma pressão de oferta, se a oferta é ampliada e mesmo assim a vacância é reduzida é porque existe demanda latente”, analisou.
Tendência
Na avaliação do dirigente da Brain, este ano será positivo para o mercado de self storage mesmo diante de um cenário de baixo crescimento econômico do país, inflação e juros em dois dígitos, e contexto eleitoral no segundo semestre.
O comércio eletrônico que já vinha impulsionando o crescimento do setor, especialmente nos últimos dois anos, continuará pavimentando a evolução da atividade. “A força que tem impulsionado grande parte do movimento de self storage é a força do comércio eletrônico, dos marketplaces dos pequenos e médios empresários, é o self storage atuando como a última milha da operação, disse Kahtalian.
No entendimento de Kahtalian, o mercado de logística, que está aquecido no Brasil, favorece a escalada positiva do self storage. Como a atividade acaba também atendendo a uma área de logística, ela estará também aquecida este ano, ainda que num patamar mais sóbrio diante de toda a conjuntura pela qual passará o país no segundo semestre”, analisou o dirigente da Brain.