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Self storage: o setor está pronto para atrair investimentos?

Por Márcio Norberto

O setor encontra-se mais maduro, com marcas sólidas, serviços bem conhecidos e portfólios com baixa vacância, tornando o segmento atraente para investidores em geral”, diz especialista.

Foto divulgação

Pesquisas recentes e realizadas regularmente mostram que o setor de self storage cresce de maneira significativa e consistente no Brasil. A ascensão mais destacada, para quem gosta e acompanha os dados de mercado por meio de pesquisas – que inclusive a Asbrass produz e disponibiliza –, ou ainda está à frente das operações no dia a dia e então percebe na prática o desenvolvimento, vem de 2020 pra cá.

Entre os principais motivos que respondem pelo crescimento é que os boxes têm alta ocupação e baixa vacância, sendo utilizados como local de estoque para os empresários do e-commerce, clientes corporativos e mudanças comportamentais na sociedade.

Nesta trajetória de crescimento é possível olhar para o setor e dizer que ele atingiu maturidade e consistência, podendo ser visto como possibilidade real de negócio e de mercado atraente para os investidores como acontece em outros segmentos do mercado imobiliário?

Quem nos responde a essas questões é o vice-presidente de gestão patrimonial e locação do Secovi SP, Adriano Sartori. O dirigente atendeu ao jornalismo da Asbrass e contou como está vendo o segmento de self storage no Brasil, falou sobre cenário futuro e ainda sobre a importância do evento Brasil Expo Self Storage, que acontecerá dia 20 de outubro, em São Paulo.

Asbrass: Atualmente, o setor de self storage pode ser visto como uma possibilidade real de negócio, viável e interessante para investimento diante do cenário de crescimento que apresenta?

AS: Sim. Esse segmento criou experiência no desenvolvimento de propriedades urbanas e absorveu um nicho de mercado muito pouco explorado pelos grandes players logísticos, que é o mercado de logística urbana ou last mile.

Asbrass: Na sua visão, o setor está num momento maduro que o torna capaz de atrair investidores normalmente habituados a investir em outros segmentos do mercado imobiliário?

AS: Sim. Esse setor começou timidamente alguns anos atrás, de forma mais pulverizada, focando nas demandas temporárias de empresas e pessoas físicas e hoje encontra-se muito mais maduro, com marcas sólidas, serviços bem conhecidos e portfólios com baixa vacância, tornando o segmento atraente para investidores em geral.

Asbrass: Podemos identificar algumas experiências no mercado de self storage que buscam focar no cliente corporativo. No seu entendimento esta é uma estratégia de negócio que coloca o setor num patamar de consistência e maturidade e com isso torna-se uma opção de investimento?

AS: Sim. Ao focar no público corporativo as empresas reduzem os riscos associados às negociações com pessoas físicas, aumentam a velocidade e eficiência através de negociações mais profissionais, e por fim ganham escalabilidade atendendo maiores demandas.

Asbrass: O self storage pode ser considerado uma classe que deriva do galpão logístico. Hoje o segmento é também o “last mile”. Neste sentido, pensando no self storage como estratégia logística o setor poderia despertar o interesse dos fundos de investimento?

AS: Sim, certamente. A dificuldade no desenvolvimento desses produtos urbanos cria uma barreira de entrada enorme no segmento, trazendo bastante segurança para o investidor em geral.

Asbrass: Na sua análise e com sua experiência de mercado é possível dizer se no médio e longo prazos há uma tendência de o setor de self storage continuar nesta rota de crescimento sustentável?

AS: Acreditamos que sim. O mercado de selfstorage em si já é uma realidade e tende a crescer com o aumento do poder aquisitivo da população. Com relação à logística last mile, a previsão é mais otimista ainda, pois o crescimento do e-commerce representa uma mudança definitiva no padrão de consumo, onde não apenas aumenta-se o consumo, mas aumenta-se também a expectativa das entregas expressas. E o país é muito grande, com diversas capitais bem populosas que ainda contém muitas oportunidades a serem exploradas a médio e longo prazo.

Asbrass: Para finalizarmos, está chegando a 8ª edição da Brasil Expo Self Storage, como este evento pode contribuir para alavancar ainda mais o setor e mostrar aos investidores o potencial de negócio.

AS: Entendemos que eventos como esse permitem a reunião de especialistas no segmento, dividindo experiências, possibilitando a troca de dados, o que é crítico, para entendermos a profundidade do segmento e consequentemente atração de mais investidores para o setor.