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Uma Associação mais forte é salutar para o setor

Por Márcio Norberto

Desenvolvimento e crescimento sustentáveis resultam também de um setor organizado e com boa representação

Foto divulgação

Para continuar sua escalada de desenvolvimento e de crescimento sustentável e assim tornar-se cada vez mais forte e consolidado, não apenas do ponto de vista mercadológico como modelo de negócio alinhado às demandas contemporâneas, o self storage precisa dar passos mais largos e firmes no seu desenvolvimento como setor. Um setor forte que se organiza para dialogar com diversos interlocutores – públicos e privados –, e com isso obter êxito em suas negociações, especialmente àquelas de ordem regulatória e tributária para que o segmento trabalhe com tranquilidade e segurança jurídica.

Nesta direção, a Associação Brasileira de Self Storage (Asbrass) busca desempenhar seu papel como entidade representativa do setor e trabalha para que os “Associados” sejam representados da melhor forma possível. Diuturnamente, a Associação olha para o movimento do mercado internacional e nacional – por meio de pesquisas –, e busca soluções para fazer do self storage um setor ainda maior, forte e sustentável.

Este caminho é possível a partir de uma adesão mais sólida por parte dos empresários do setor à Associação. Para falar sobre este tema, Rafael Cohen, presidente da Asbrass, conversou com a equipe de jornalismo da Associação para comentar sobre a importância da Entidade para os Associados e para o setor em geral.

Asbrass: Os operadores têm pleno conhecimento do papel que a Asbrass desenvolve para o setor, sua interlocução, por exemplo, junto ao poder público para tratativas de regulamentação e que isso traz benefícios para todos os empresários do setor?

RC: Penso que não. De forma geral, as empresas estão sobrecarregadas com compromissos e tributos, e optam por decisões que tratem resultados de curto prazo. Esquecem que existe um risco embutido em todo negócio, que precisa ser dimensionado e principalmente minimizado, o que só pode ser feito através de uma instituição forte e representativa.

Asbrass: Como entidade representativa, a Asbrass organiza e fornece também aos empresários pesquisas, dados e análises que são realizadas regularmente para o acompanhamento do setor e servem de subsídio para a tomada de decisão na gestão. Estes conteúdos (pesquisas) não seriam um ativo importante ao empresário, os operadores em geral (não associados) têm conhecimento disso, da atenção que a Asbrass tem com o desenvolvimento do setor?

RC: Sem dúvida, este conteúdo existe e é um dos benefícios mais importantes que só conseguimos implementar quando nos organizamos como associação. Nesse caso específico, temos contado com a adesão e o apoio de muitas empresas não associadas que conseguem perceber o valor deste tipo de conteúdo. Justamente por isso, compartilhamos uma versão compacta dos dados com todo o mercado, e outra mais aprofundada para os associados.

Asbrass: Do ponto de vista institucional que tipo de ação é necessária para atrair novos associados? Seriam mais benefícios ou reformular algum existente; seriam ações de comunicação e marketing que melhor apresentem o trabalho desenvolvido?

RC: Num primeiro momento, uma mudança de mentalidade. Ao invés de pensar no que a Asbrass pode oferecer aos associados, o que não é pouco importante, tentar avaliar o que se pode fazer e, se vale a pena contribuir para fortalecê-la. Estive numa feira da American Self Storage Association logo que abri a minha empresa e voltei de lá com uma recomendação quase unanime dos empresários com quem interagi: um setor forte só é viável se liderado por uma associação forte. Lá nos EUA, o mercado de self storage existe desde a década de 60 e até hoje investe-se maciçamente em loby (no bom sentido é claro) e no aperfeiçoamento da legislação. É claro que ações de marketing e, sobretudo, a profissionalização da gestão da associação também são aspectos muito importantes para que possamos entregar mais resultados e benefícios aos nossos associados e ao mercado em geral.

Asbrass: O que você e sua equipe estão planejando em termos de uma “nova política” para atrair novos associados e mesmo cativar ainda mais aqueles que já estão vinculados?

RC: Temos em funcionamento uma comissão que está estudando com afinco o desenho do mercado e a capacidade de investimento numa associação. A ideia é democratizar o acesso e levar em consideração os diferentes portes das empresas. Em muito breve iniciaremos uma campanha no sentido de trazer para o nosso lado todos os que desejam, mas tem algum tipo de dificuldade. Vamos procurar entendê-las e, se possível, eliminar as travas para que isso aconteça. Já posso dar um spoiler e dizer que até a Brasil Expo Self Storage estaremos prontos para iniciar estas ações.

Asbrass: Na sua opinião, o empresariado brasileiro (setores diversos) não gosta de estar vinculado a uma entidade que represente a categoria em determinados aspectos, por exemplo, a própria questão da regulamentação no caso do self storage?

RC: Sou um ser político por natureza. Sempre atuei em entidades representativas de grupos empresariais ou filantrópicas e penso exatamente o contrário. O que as pessoas não gostam é de ambientes improdutivos e criados para alimentar a vaidade ou o interesse de poucos. Quando a intenção é de fato buscar o benefício e o bem comum, cria-se um ambiente atrativo onde todos que podem, desejam entrar. É nesta linha que temos procurado orientar a Asbrass, sabendo que ainda há muito a fazer, mas dentro das nossas possibilidades nos dedicando ao máximo para que ela cresça de forma abrangente e sustentável.