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De que futuro estamos falando?

A inteligência artificial é uma realidade em diversos setores da sociedade e é utilizada por muitas empresas; no ramo de self storage algumas iniciativas podem ser observadas

Por Márcio Norberto

Ao final dos anos de 1990, quando o acesso à internet começou a ser popularizado no Brasil, com a utilização comercial e uso em diversos setores da sociedade, poucos dos que vivenciaram este período de transição olhariam para o futuro, cerca de duas décadas e meia depois, e diriam o quanto a tecnologia iria evoluir e ocupar diferentes espaços na vida contemporânea.

A ideia de Inteligência Artificial, os seus primeiros conceitos, são anteriores à chegada da internet. Segundo alguns marcos temporais, datam dos anos de 1940 e  outros de 1950. A IA, como costumeiramente a chamamos, está bastante integrada ao mundo atual, com presença em diferentes áreas. Basta acessar o aplicativo do banco, da operadora de celular, entre outros, para conversar com os “assistentes virtuais”. E, para continuar no básico, a inteligência artificial está presente na análise de dados, na automação industrial, na automação de e-mails e em outras tantas operações que são executadas no cotidiano.

ChatGPT: nova experiência de interação

O ChatGPT, que foi lançado no mercado pela empresa americana OpenAI em 2022, talvez seja o modelo de inteligência artificial mais recente, se é que podemos fazer tal afirmação devido ao processo tão acelerado no desenvolvimento de novas tecnologias. Este novo modelo de inteligência chegou com a promessa de oferecer uma experiência mais próxima a de uma conversação humana.

Capaz de gerar textos em diversos estilos e responder a perguntas sobre os mais variados temas, o ChatGPT define a atividade de self storage da seguinte forma: “são espaços de armazenamento individuais para locação, onde os clientes podem guardar seus pertences temporariamente. Esses espaços permitem que as pessoas armazenem uma variedade de itens, desde móveis e equipamentos até documentos e objetos pessoais”.

A depender da sofisticação da pergunta ao ChatGPT ele articula outras informações sobre self storage: “uma característica chave do self storage é que os clientes têm acesso livre e exclusivo aos seus espaços alugados”. E ele continua: “é útil para pessoas que estão se mudando, fazendo reformas, viajando, ou simplesmente precisando de espaço extra. As empresas também podem utilizar o self storage para armazenar estoque, equipamentos ou registros”.

E, para mostrar ainda mais o seu conhecimento sobre self storage, o GPT analisa: “o setor cresceu significativamente, oferecendo uma solução prática para a falta de espaço em ambientes urbanos e para a necessidade de armazenamento temporário ou a longo prazo”. 

Inteligência artificial no segmento self storage

Para além do ChatGPT, diferentes formas de inteligência artificial chegaram para ficar e se integraram ao cotidiano da sociedade e das empresas. No ramo de self storage, algumas iniciativas com o uso de inteligência artificial podem ser observadas como, por exemplo, modelos de algoritmos capazes de otimizar de maneira mais assertiva o preço de locação do box, melhorando a competitividade. Esta é uma iniciativa promissora, segundo o head de tecnologia e business intelligence da Goodstorage, Rodrigo Luna.

“Dentre as inovações mais relevantes destacamos o processo de gerenciamento de receitas por meio de algoritmos. Desenvolvidos com base em IA, têm a capacidade de otimizar os preços de forma automatizada, levando em consideração um grande conjunto de variáveis, desde a demanda, características do produto, localização e disponibilidade. E, como resultado, conseguimos uma estratégia de precificação mais assertiva que não só maximiza os lucros, mas também melhora a competitividade no mercado”, diz.

Outras inovações chegando

O gestor observa ainda que em breve a inteligência artificial poderá ser explorada com mais robustez, isto é, com novos desenvolvimentos tecnológicos e aplicabilidade em outros segmentos do negócio como, por exemplo, na automação de processos operacionais. As novas tecnologias otimizarão os processos e com maior benefício para o negócio.

“Em breve será possível encontrar sistemas de vigilância avançados, impulsionados por IA, capazes de identificar e alertar sobre atividades suspeitas de forma automática e com grande precisão. Sensores inteligentes que, ao mesmo tempo monitoram e otimizam o consumo de energia, ou ainda detectam a necessidade de manutenção ou substituição de equipamentos, garantindo a longevidade das instalações. Há também a capacidade de otimizar espaços e o mix de produtos, assegurando que cada metro quadrado seja utilizado de maneira eficaz e rentável”, explica Luna.

Outros usos da inteligência artificial na atividade de self storage estão ainda a caminho deste mercado como identifica o especialista. Analisar tendências de consumo e otimizar a experiência com o público são algumas. Recursos como assistentes virtuais que poderão proporcionar respostas imediatas sobre aspectos como disponibilidade, preço e outras situações frequentes. “Esta resposta imediata eleva a satisfação do locatário”, diz.

De acordo com Luna, aos poucos as novas tecnologias serão incorporadas à atividade de self storage, trazendo maior eficiência e modernização ao setor. Contudo, ele lembra que a tecnologia “não opera em um vácuo” e que mesmo diante da tecnologia “o componente humano não perde sua relevância”. Segundo ele, o sucesso do negócio é e continuará sendo decorrente da integração entre olhar humano e máquina. “São as pessoas, com sua capacidade de discernimento, empatia e visão, que, quando munidas destas ferramentas inovadoras, têm o poder de elevar nosso segmento a novos horizontes”, acrescentou.