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Escolher, comprar e receber

Compra pela internet

Self storage como ponto estratégico na cadeia logística

Por Márcio Norberto

Quando o consumidor navega num site para escolher um produto, depois colocar no carrinho e efetivar o pagamento o seu desejo é que em poucos dias depois o produto seja entregue no local indicado; sem atrasos, erros e contratempos indesejáveis. A expectativa do consumidor, que em algumas situações aceita pagar um pouco mais, é ter uma experiência positiva em sua jornada de compra. Nesta trilha, portanto, estoque e logística ganham cada vez mais destaque quando se trata de atender o consumidor.

A cadeia logística é importante não apenas em relação ao comércio realizado na internet, que vem conquistando o consumidor ano após ano, com aceleramento nos últimos dois devido à pandemia. As compras realizadas em lojas físicas, sobretudo nas menores e com espaço limitado para guardar o produto, demandam também organização na gestão do estoque e, consequentemente, na entrega do item ao consumidor.

Nos dois modelos de negócio – comércio online e físico –, o segmento de self storage aparece como ponto estratégico na cadeia logística, pois funciona como local de  guardar diversos tipos de produtos e atende a diferentes perfis de clientes. Segundo Marcelo Fozatti Bragagnollo, diretor de novos negócios do self storage Guarde Aqui, o segmento de atuação dos seus clientes é variado. “Vemos clientes de diversos portes e segmentos que utilizam nossas unidades como ponto de estoque. Temos clientes de eletrônicos, peças para celular, produtos têxteis, vinhos, entre outros. Sobre o porte, temos desde empresas familiares, operadas pelo casal, até empresas conhecidas mundialmente”, diz Bragagnollo.

Normalmente as operações de self storage estão instaladas em locais próximos à malha urbana, facilitando, com isso, a logística, e, evidentemente, atendendo ao desejo do consumidor: que é receber o produto com a maior rapidez possível. Para se diferenciar neste mercado, os operadores buscam inovar e atender com mais celeridade e qualidade o cliente. “Aqui as áreas já contam com uma estrutura mínima para a operação: com espaço de manobra, banheiro para colaboradores, internet, entre outros. Além disso, temos parceiros relacionados à logística que realizam entregas no Brasil com preços bem competitivos”, comenta Bragagnollo.  

Oportunidade de negócio

O empresário Yan Nascimento tem um e-commerce de produtos variados em São Paulo e contou que começou a utilizar o self storage como local para guardar os seus produtos para venda poucos meses depois de a pandemia estar instalada no Brasil. Nascimento e a esposa perceberam que haveria uma grande demanda por itens como máscara descartável e álcool gel, além de outros produtos de higiene, então começaram a vender os produtos, que inicialmente eram guardados em casa.

“Começamos utilizando apenas uma gaveta como estoque, algumas semanas depois, a cômoda inteira. Em dois meses a nossa casa, que era bem pequena, estava tomada de caixas com mercadorias. Haviam caixas no quarto, na sala e até mesmo na cozinha. Em maio de 2020, já não tínhamos mais espaço nenhum dentro de casa, era impossível andar sem tropeçar em alguma caixa”, diz Nascimento.

Diante de um cenário de incertezas devido à pandemia, o casal foi mais cauteloso e não quis alugar um espaço porque não sabia o que vinha pela frente. Consideraram ainda que seria necessário firmar um contrato de permanência, depósito caução, entre outros procedimentos necessários para alugar um imóvel. Foi então, em junho daquele ano, que optaram pelo self storage como ponto para guardar e distribuir os produtos. A flexibilidade e a burocracia zero foram os atributos que levaram o casal empreendedor a esta escolha. “Por possuir um contrato extremamente flexível e espaços com diversos tamanhos supriu o que era nossa maior necessidade na época: locação de um espaço do tamanho ideal para nossa operação e sem qualquer burocracia”, conta Nascimento.

Inovar no processo: guardar e distribuir

Transcorrido este momento inicial de percepção do funcionamento do mercado e de como o seu negócio poderia ser melhor operado, sobretudo no aspecto de guardar e distribuir, o empresário buscou outras estratégias para realizar o processo logístico dos seus produtos, mas continua utilizando o self storage como ponto de estoque porque, segundo o empreendedor, torna a operação mais enxuta e ágil.

O empresário tem utilizado o serviço de “fulfillment”. Na cadeia logística essa metodologia fica responsável desde o recebimento do pedido, passando pela separação, embalagem e entrega do produto ao consumidor. “Trabalhamos com o serviço de fulfillment, que terceiriza totalmente a nossa operação. Cerca de 80% do nosso volume de vendas é realizado através deste processo. Neste caso, o estoque fica conosco por cerca de sete dias, até ser coletado semanalmente, tornando nossa operação bem enxuta, mas com uma ocupação bastante variável, o que a proposta do self storage nos ajudou muito. Em outros casos, nós enviamos as vendas diretamente para o cliente, através de transportadoras que coletam no local. Para esta situação mantemos cerca de 30 dias em estoque”, explica o empreendedor.