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‘ESG não é tendência, chegou para ficar’, diz especialista

Os princípios do ESG integram uma nova economia atenta a práticas mais sustentáveis e conscientes por parte das empresas

Patrícia Bittencourt, gerente de Sustentabilidade e ESG do Secovi-SPFoto divulgação

Por Márcio Norberto

No Brasil, de 2010 pra cá a sigla ESG – Environmental, Social e Governace, que traduzida para o português significa Ambiental, Social e Governança tem recebido cada vez mais a atenção de empresários, de investidores e do público que também se interessa em consumir produtos e serviços com origem em práticas sustentáveis, conscientes e responsáveis por parte das empresas.

Os princípios do ESG começaram a ganhar destaque em diversas partes do mundo ao final do século 20 em decorrência da crescente preocupação com o meio ambiente juntamente com o aspecto social e de governança que passaram a ser considerados pontos chave para o desenvolvimento consciente e sustentável das empresas no longo prazo.

Segundo a Gerente de Sustentabilidade e ESG do Secovi-SP, Patrícia Bittencourt, o ESG chegou para ficar, inclusive no Brasil, e não é apenas uma tendência, mas uma nova cultura empresarial colocada cada vez mais em prática. De acordo com a gestora, os princípios do ESG integram uma nova economia. “O ESG não é apenas uma tendência passageira, mas uma mudança fundamental na maneira como as empresas operam e são percebidas, faz parte de uma nova economia, é uma nova forma de fazer negócios”, diz Bittencourt.

Atualmente, as empresas que incorporam em sua cultura os princípios do ESG são bem vistas pelos investidores. Bittencourt destaca que eles estão cada vez mais atentos aos aspectos ESG e os colocam também como critério para definir se devem ou não aportar investimento numa empresa. Outros pontos importantes salientados pela gestora é que os consumidores demonstram mais interesse no consumo de produtos e de serviços que tenham reduzido impacto ambiental e social. Ela considera que empresas que colocam em prática ações sustentáveis tendem a ser mais resilientes a desafios futuros.  

ESG e self storage

Os princípios do ESG e suas ações práticas têm sido disseminados nos diferentes segmentos de negócio, sendo uma estratégia importante não apenas como métrica para avaliar o desempenho da empresa em relação ao cumprimento de uma meta, mas como cultura organizacional consciente dos impactos que suas atividades podem causar na sociedade e no meio ambiente.

Ao ser adotado pelas empresas de self storage, o ESG pode proporcionar impactos positivos para o negócio. A gestora do Secovi destaca que “melhorar a governança de uma empresa de self storage significa atrair clientes e investidores, reduzir riscos e impactos, e contribuir para a construção de uma reputação sólida. Um exemplo pode ser melhorar a eficiência energética nas instalações, o que pode reduzir os custos operacionais e o impacto ambiental, ao mesmo tempo em que demonstra responsabilidade ambiental”.

Bittencourt da algumas dicas para a empresa ingressar na jornada do ESG. Ela lembra, porém, que os direcionamentos estratégicos quanto a implantação e atuação devem ser dados pela alta administração do negócio. Depois disso, segundo ela deve ser realizado um mapeamento dos temas ambientais, sociais e de governança que são críticos para o negócio e entender o que já é desenvolvido e depois traçar um plano de ação para colocar em prática e monitorar as metas. Ao final, relatar as práticas da empresa. “O Secovi-SP desenvolveu um Guia ESG  direcionado ao setor imobiliário e isso pode ser um ponto de partida para apoiar os empresários de self storage”, comenta Bittencourt.

Brasil Expo Self Storage

Patrícia Bittencourt é convidada da 9ª edição do evento Brasil Expo Self Storage, que acontecerá nos dias 28 e 29 de novembro na sede do Secovi, em São Paulo. A temática do ESG será um dos temas do evento, portanto uma ótima oportunidade para os empresários do setor conhecerem mais sobre o assunto.

 “Vejo esta oportunidade como um espaço valioso para discutir tópicos cruciais, como sustentabilidade no contexto das empresas de self storage. Espero contribuir para a conscientização sobre a importância dessas questões e como elas podem ser integradas de forma eficaz nas operações do setor”, diz Bittencourt.

Componentes do ESG

Ambiental: são as práticas relacionadas ao impacto ambiental de uma empresa, incluindo,  entre outros pontos, a gestão da emissão de carbono, a eficiência da matriz enérgica e gestão de resíduos.

Social: diz respeito ao relacionamento da empresa com os funcionários, as comunidades locais, os clientes e os fornecedores, envolvendo, entre outras práticas a de responsabilidade social e de diversidade.

Governança: ações que se relacionam entre outros aspectos com a transparência, a responsabilidade e a ética no negócio.