Com operações em funcionamento no Brasil, neste modelo a interação com o público é mediada somente por tecnologia
Foto divulgação
Por Márcio Norberto
O uso da tecnologia, do seu emprego mais simples a situações sofisticadas, é um caminho sem volta em praticamente todos os segmentos de negócio. Alguns tipos de empreendimentos ousam e fazem dos recursos tecnológicos disponíveis o percurso do cliente desde a chegada à empresa até o fim da jornada. Só para ficar no trivial, é possível fazer compras no “mercadinho” do condomínio, “lavar e secar” as roupas na lavanderia do bairro e “comprar um cafezinho” na esquina sem qualquer tipo de interação humana. É só chegar. No ramo de self storage, este modelo sem contato direto com pessoas, também já encontra alguma experiência.
Esta atividade tem na sua essência a prática do autosserviço, é da natureza do self storage. Após alugar um box – procedimento que também pode ser realizado à distância e sem qualquer interação, o cliente tem autonomia para acessar o local sem precisar de contato com o atendente, com o porteiro, ou com outros funcionários da unidade. As inovações não param por aí, já há empreendimentos no setor que funcionam com unidades totalmente automatizadas. Este modelo entrega uma série de benefícios ao cliente: acesso 24 horas e sete dias por semana, controle de temperatura e umidade, reservas online, notificações automáticas, rastreamento de inventário, entre outros.
No Brasil, há modelos de self storage funcionando de maneira totalmente autônoma. Alguns deles estão em Brasília/DF, um no bairro Águas Claras. Lá está a unidade Century Plaza, da Show Self Storage, empresa com atuação desde 2015. A unidade funciona no modelo automatizado e o cliente não precisa interagir com funcionários desde a chegada até o momento em que deixa o box locado. “Essas unidades recebem o cliente desde o primeiro passo até o último, sem qualquer tipo de interferência humana”, diz Marcos Nogueira koenigkan, CEO do Grupo MK do qual a empresa de self storage faz parte.
Show Self Storage
Tecnologia
A tecnologia para automatizar as unidades foi desenvolvida internamente e para implantação em algumas operações da empresa. Segundo koenigkan, não havia este tipo de sistema sendo utilizado no Brasil. “Tivemos que construir o sistema do zero, pois no Brasil não tinha a tal tecnologia, então importamos fechaduras, placas e chips de fora e com a nossa equipe conseguimos conectar tudo em um aplicativo que consegue fazer essa gestão completa da unidade”, conta.
Como funciona?
O sistema desenvolvido funciona de maneira simples e prática. O objetivo é facilitar a vida do cliente e tornar o relacionamento ainda mais independente. Koenigkan conta que toda a interação é realizada por meio de um aplicativo. “Ao chegar na unidade, o cliente é recebido por um atendente virtual via aplicativo e por meio desta interação ele consegue abrir a unidade, acessar o cadastro e o box dele”.
Otimização
A automatização pode trazer diversos benefícios para o cliente, aqueles que comentamos anteriormente, e para o dono do negócio, incluindo, entre outros aspectos, maior eficiência na operação, aumento na produtividade, economia de tempo e de recursos, além de fornecer análise de dados para tomada de decisão do empresário. No mercado internacional, segundo koenigkan, a tecnologia está cada vez mais presente no setor. “São aplicações para realizar tarefas e processos de forma eficiente, reduzindo a dependência da intervenção humana”, diz.
Tornar a vida do cliente mais prática e ainda obter mais eficiência na gestão foram os motivos que levaram koenigkan a desenvolver a tecnologia e experimentar o novo modelo de negócio. “A tecnologia tem o potencial de aumentar a produtividade, reduzir os custos operacionais e melhorar a qualidade dos produtos e serviços oferecidos”, comenta o CEO.
Embora seja uma inovação importante e que proporciona benefícios, o empresário lembra que é fundamental preservar a mão de obra humana, mas com direcionamento para situações mais complexas na rotina da empresa. “Embora possa aumentar a eficiência, a tecnologia também pode levar à substituição de empregos por máquinas. Portanto, é necessário um equilíbrio entre automação e preservação de oportunidades de trabalho”, destaca.