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Pesquisa continua mostrando crescimento do setor

Dados dos últimos trimestres de 2020 a 2023 apontam para mais empresas, mais boxes e vacância estável

Por Márcio Norberto

Ao menos de 2020 pra cá, o segmento de self storage no Brasil mostra crescimento contínuo e consistente. As pesquisas realizadas regularmente desde aquele ano estão aí para confirmar este quadro. Vários são os fatores que, combinados, levam ao resultado positivo. Para citar alguns, há um processo contínuo de urbanização que se associa a espaços residenciais cada vez menores nas grandes cidades brasileiras, os chamados compactos. Ao optar por morar em apartamentos menores, as pessoas começam a demandar espaço para guardar objetos pessoais.

Além disso, as micro e pequenas empresas têm buscado também no self storage uma solução alternativa e acessível para armazenar seus estoques de mercadorias, de equipamentos e de documentos. Estas empresas estão recorrendo ao self storage para expandir suas operações e assim também conseguir reduzir, por exemplo, custos com aluguel. Estes são dois dos fatores que estão movimentando o setor.

Destaques da pesquisa

Realizada trimestralmente em nível nacional, a pesquisa da Brain Inteligência Estratégica mostra como o segmento vem evoluindo. Para ficar em alguns destaques registrados, no período de 2020 a 2023 houve crescimento do número de empresas e de boxes. A vacância também reduziu de 2020 a 2022 e no ano passado houve uma estabilidade desse indicador.

De acordo com os dados, o número de empresas em atividade cresceu nos últimos trimestres de 2020 a 2023, com aumento de 10% do 4ºtri/2022 para o 4ºtri/2023. Já o número de box registrou também aumento no período em questão, com crescimento de 15% na comparação 4ºtri/2022 para o 4ºtri/2023.

O sócio e diretor técnico da Brain observa que o self storage no Brasil é bastante pulverizado, isto é, a maior parte do mercado é formada por empresa com uma única operação. “O volume de empresas é grande e tem baixa concentração. Há poucos players no Brasil, não mais do que cinco, que tem um conjunto considerável de operações”, explica Marcos Kahtalian.

Considerando esta característica, o responsável pela pesquisa acrescenta que o setor está em desenvolvimento, não está ainda num momento de consolidação, portanto tem espaço para crescimento. “Basta dizer que várias cidades brasileiras, inclusive de médio porte, não tem oferta de operação e isso propicia que mais operadores consigam entrar no mercado nem que seja com uma única operação”, comenta.

No que diz respeito à evolução do número de box, Kahtalian destaca que a lógica do self storage é a da armazenagem em pequenos espaços fracionados e que a demanda foi incrementada pelo crescimento do e-commerce e pelo aumento do conhecimento do produto self storage pela população, fazendo com que ganhasse mais aderência no mercado.

Quanto à vacância, o especialista considera que ela está controlada e que é importante algum grau de vacância para que o mercado possa ter mobilidade para realizar ajustes necessários. “A vacância está bastante estável e é importante para que o operador tenha flexibilidade para mudar a composição do seu storage, ou seja, aumentar ou diminuir o tamanho do seu box para melhor atender à demanda. Então a vacância é residual, sobretudo se pensarmos que nesse período houve aumento de oferta e de preço, e o impacto na vacância é pouco significativo”, analisa.