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‘ESG é mais que uma sigla, é o caminho estratégico para transformar a organização’, diz especialista

Muitas empresas e investidores passaram a olhar para o tema reconhecendo sua relevância para negócios mais sustentáveis.

Por Márcio Norberto

Crédito: Calão Jorge/Secovi-SP

A sigla ESG – Environmental, Social e Governance traduzida para o português significa Ambiental, Social e Governança. O termo foi utilizado pela primeira vez no ano de 2004. De lá pra cá ganhou destaque, sobretudo na mídia, e hoje faz parte da agenda de organizações públicas e privadas. Em termos práticos, trata-se de um conjunto de critérios para promover ações de sustentabilidade, de responsabilidade social e de transparência na gestão empresarial. O assunto foi tema da palestra “ESG: muito mais que uma sigla” apresentada na programação do evento Brasil Expo Self Storage no final de novembro passado, em São Paulo.

Muitas empresas e investidores passaram a olhar para o tema reconhecendo sua relevância para negócios mais sustentáveis. Quando um dos pilares é colocado em prática nas organizações pode produzir impactos positivos do ponto de vista ambiental, social e de governança corporativa. O ESG é, portanto, uma ferramenta que ajuda a nortear atividades e negócios dentro das empresas.

Riscos e oportunidades

Como instrumento de gestão, frequentemente o ESG é utilizado no planejamento para avaliar riscos e oportunidades do negócio em relação a questões ambientais, sociais e de governança. A palestrante e gestora de Sustentabilidade e ESG do Secovi-SP, Patrícia Bittencourt, pontuou alguns desses riscos e oportunidades.

Segundo ela, em relação aos riscos é possível falar em reputação, desempenho e saúde financeira. Sobre as oportunidades há aspectos relacionados a ganhos, novos nichos de mercado e impactos socioambientais positivos. Bittencourt destacou que o ESG também está relacionado “à questão econômica e com os resultados da empresa”.

Ecossistema

Assim como em outros ecossistemas, o do ESG também envolve diferentes agentes para que as ações sejam articuladas e então colocadas em prática. Fazem parte dos stakeholders deste ecossistema as empresas que colocam em prática o ESG nos seus negócios; os investidores que aportam recursos em negócios com menores riscos; as instituições financeiras que também realizam investimentos em consonância com critérios ESG; organizações não governamentais que monitoram e influenciam práticas corporativas defendendo questões ambientais e sociais; os governos que atuam como reguladores e propositores de políticas públicas; e as agências de classificação que avaliam os riscos das empresas, fornecendo classificações que orientam investidores e instituições financeiras.

É com este ecossistema funcionando de maneira dinâmica, com cada participante realizado seu papel, que as empresas criam mais consciência dos impactos dos seus negócios e o ESG passa a fazer sentido e ter efetividade. 

A importância do ESG

O ESG é mais que uma sigla, é o caminho estratégico para transformar a organização”, destacou Bittencourt. Segundo a gestora, quando se fala em risco, não se trata apenas do hoje, mas do médio e do longo prazos. “Com o ESG temos a possibilidade de fortalecer a gestão de risco”, comentou.

A valorização da imagem da organização é outro aspecto destacado pela especialista. O ESG tem importância neste sentido porque ajuda a observar os impactos que as atividades causam no meio ambiente e na sociedade, e como as empresas podem implementar ações para reduzir os impactos.

Outros pontos ainda comentados por Bittencourt sobre a importância do ESG para as empresas se referem à retenção de talentos, sobretudo a geração mais jovem que trabalha focada em propósito; fidelização de clientes; atratividade da empresa para investidores; alcançar melhores resultados e empresas mais resilientes.

ESG no self storage

O ESG pode ser aplicado em todos os tipos e tamanhos de negócios. “Se a meta é ser bem-sucedido, a resposta, definitivamente, é sim”, enfatizou a palestrante. Portanto, o ESG pode também ser implementado nas empresas de self storage, levando para este modelo de negócio impactos positivos.

Bittencourt ressaltou, no entanto, que o primeiro ponto a ser analisado antes de colocar em prática o ESG é entender que tipo de situação é considerada crítica na empresa e então focar neste ponto e não sair simplesmente fazendo. “Muitas vezes há ações sendo realizadas na empresa e as pessoas nem se dão conta de que estão conectadas com esta agenda”, disse.

Alguns exemplos de ações mais simples e que podem ser adotadas na rotina do negócio são a automatização dos processos com assinaturas eletrônicas para evitar o uso de papel e a melhoraria na eficiência energética das instalações. São práticas ao alcance do empresário e do tomador de decisão e que na maioria das vezes é desenvolvida, porém sem a identificação de que pode ser um dos pilares do ESG.