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Cidades inteligentes: eficiência operacional e sustentabilidade

O self storage participa do contexto das cidades inteligentes à medida em que ‘oferta soluções complementares ao entorno imediato’, diz empreendedor do setor.

Por Márcio Norberto

Crédito: Calão Jorge/Secovi-SP

Quando vivenciamos situações no cotidiano que afetam positivamente nossa  relação com a cidade podemos dizer que houve uma experiência com algum aspecto da ideia de “smart cities” ou cidades inteligentes. O transporte público integrado e conectado com informações em tempo real sobre horários e rotas e um sistema de iluminação pública eficiente para economia de energia, são alguns exemplos de experiências que podem estar integradas no nosso dia a dia.

Essas ações visam aprimorar a eficiência operacional e a sustentabilidade dos espaços urbanos. Além do uso de tecnologias, a noção de cidades inteligentes passa  também pela participação cidadã, pelo planejamento urbano e inclusão social. A ideia é sempre tornar a experiência com os espaços urbanos mais prática e com qualidade.

No contexto das cidades inteligentes, a atividade de self storage desempenha importantes funções. O tema foi destaque na programação do evento Brasil Expo Self Storage realizado no mês de novembro, em São Paulo. Para debater o assunto, o painel teve a participação do sócio diretor da Cité Arquitetura, Celso Rayol, do founding partner/ CEO na Goodstorage e diretor financeiro na Asbrass, Thiago Cordeiro e do vereador da Câmara Legislativa do Rio de Janeiro, Pedro Duarte (Novo).

Para melhorar a qualidade de vida

Segundo Rayol, cidades inteligentes são aquelas que operam seu funcionamento de forma mais eficiente. São cidades que efetivamente melhor conseguem acomodar “tempo e espaço”. Isto significa que os ambientes urbanos precisam ser utilizados de maneira ativa, com integração de serviços e sem a necessidade de deslocamentos longos. Na compreensão do arquiteto, a tecnologia e os dados são meios para melhorar a qualidade de vida dos habitantes, dando mais dinamicidade à vida urbana.

Acima de tudo, uma cidade inteligente se apresenta como uma cidade responsiva. Sistemas, tecnológicos ou não, que funcionam com a melhor articulação possível, tornando a vida dos moradores mais prática, agradável e digna, são a base de uma cidade dita inteligente. Embora o imaginário comum sobre ‘smart cities’ esteja associado às novas tecnologias, acredito que a base de tudo está na boa gestão do espaço urbano”, destacou Rayol.

Self storage no contexto das cidades inteligentes

O self storage participa deste contexto à medida em que os grandes centros urbanos estão cada vez mais adensados e com unidades habitacionais menores e próximas ao centro. Os deslocamentos de um ponto a outro precisam também ser mais curtos e otimizados. A atividade de self storage vem dialogando com essas novas demandas sociais. O CEO da Goodstorage considera que a atividade “é uma oferta de solução complementar ao entorno imediato”.

De acordo com Cordeiro, “o self storage trouxe isso, esse convite às pessoas morarem mais próximas do centro, de forma mais colaborativa. Essa infraestrutura, seja para pessoa física ou empresas, tem um papel fundamental de trazer autonomia e complementariedade dentro dessas centralidades e com isso menos deslocamento na cidade ou um deslocamento mais limpo pelo menos”, disse.

Esta também é a linha de pensamento do vereador Pedro Duarte (Novo). Ele considera essencial o adensamento das centralidades e pontos próximos ao transporte público. O mais importante, segundo o parlamentar, é que a cidade seja funcional e proporcione praticidade aos habitantes. “É preciso realizar a maior quantidade de coisas no menor tempo possível”, comentou.

Segundo Rayol, o self storage está intrinsecamente ligado à capacidade de uma cidade em responder às suas demandas. “Em um tempo como o nosso, onde as redes virtuais e físicas estão intimamente ligadas, sobretudo através do comércio online, a capacidade de pulverização do armazenamento de produtos e objetos em geral por diferentes regiões da cidade mostra-se essencial para o dinamismo das relações”, comentou.

Novas dinâmicas

Em conexão com esta cidade dinâmica, o arquiteto lança, no entanto, um novo pensamento para a atividade de self storage. Mesmo em linha com as demandas de uma cidade inteligente, ele não identifica o self storage como gerador de fluxo. Rayol sinaliza para alguns caminhos, que já ocorrem em outros países, onde certos espaços urbanos assumem também outras funcionalidades, as quais, segundo ele, são mais dinâmicas e de fato se conectam a este novo modelo de cidade.

Ele traz como exemplo uma obra construída pelos arquitetos suíços Herzog & de Meuron, em Miami, que abriga múltiplas funcionalidades. É uma das áreas mais ativas de pedestres na cidade. Trata-se de um projeto misto que funciona como estacionamento, com áreas comerciais e residencias e em determinado horário é um espaço para shows e eventos. São as múltiplas funcionalidades que os equipamentos urbanos vão assumindo na perspectiva de uma cidade inteligente. Quem sabe este caminho também possa ser uma nova aposta para a atividade de self storage.